
Olhares: exposição segue até início de junho na Escola do Legislativo
Na manhã desta terça-feira (6), foi realizada a abertura da exposição fotográfica ‘Olhares’, assinada por Joel Luiz, fotógrafo da Agência de Notícias Alese. A mostra está em cartaz na Escola do Legislativo (Elese) e poderá ser visitada até o dia 10 de junho. A entrada é gratuita e o público pode conferir as obras de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h.
Joel Luiz
O fotógrafo Joel Luiz revela que sua paixão pela arte vem desde a infância e que a fotografia é apenas uma das formas que encontrou para expressar essa vocação. “Minha inspiração, na verdade, vem desde criança, porque eu sempre quis isso. Eu sempre quis expor, eu sempre quis aprender arte de qualquer natureza, seja falada, seja versada, seja dançada, seja interpretada, porque toda forma de arte e cultura é válida”, afirma. Para ele, o instante fotográfico é apenas o reflexo de uma vivência contínua com a arte. “Essa inspiração não é momentânea. Momentâneos são os cliques, porque eu sou um aproveitador de momentos”, completa.
Biografia
Joel Santos Luiz, mais conhecido como Joel Luiz, nasceu em 28 de julho de 1958 na Vila Operária da Passagem, no município de Neópolis, Sergipe. Sua infância foi marcada por amizades sólidas e por uma convivência intensa em comunidade, entre estudos, trabalho e futebol às margens do Rio São Francisco, a poucos metros de onde cresceu.
Desde cedo, Joel demonstrava uma inquietude artística, mesmo sem dominar atividades tradicionais como a música ou a dança. Seu fascínio pela fotografia começou ainda na adolescência, inspirado pelos trabalhos de dois fotógrafos locais, Seu Isaías e Seu Aristides. Observando-os em ação, Joel sentiu o despertar de uma vocação: o desejo de eternizar momentos. Investiu suas economias em uma câmera Polaroid, ainda sem nenhum conhecimento técnico, apenas impulsionado pela paixão de capturar imagens.
Autodidata, Joel Luiz construiu seu aprendizado na prática. Sem formação acadêmica específica, desenvolveu sua técnica e seu olhar fotográfico na vivência diária, errando, tentando e aprimorando seu estilo ao longo dos anos. Seu primeiro trabalho remunerado surgiu entre amigos, ainda como uma forma de ganhar confiança. Recorda, com bom humor, o nervosismo de seu primeiro casamento fotografado, quando tremia tanto que mal conseguia segurar a câmera.
O momento decisivo para a carreira de Joel veio em 1999. Insatisfeito com a vida corporativa, ele tomou a decisão ousada de pedir demissão da Petrobras para dedicar-se integralmente à fotografia. Desde então, sua trajetória foi marcada por trabalhos diversos, de revistas e jornais a exposições culturais e projetos documentais.
Embora não se considere especializado em apenas um estilo, Joel Luiz tem uma paixão especial por retratos, natureza e fotografia documental. Seu maior projeto pessoal é o registro dos artistas e artesãos, priorizando a criação humana mais do que o produto em si. Em suas exposições, sempre faz questão de levar o artista para interagir diretamente com o público, valorizando a arte viva.
Entre suas referências na fotografia, Joel admira profundamente o trabalho de Sebastião Salgado, a quem chama de “nosso Papa” da fotografia. Fiel à tradição manual da fotografia, Joel sempre preferiu trabalhar com a câmera no modo manual, controlando todos os elementos técnicos para capturar luzes e sombras de forma precisa, acreditando que a verdadeira beleza da fotografia reside justamente nessa relação.
Ao longo de sua carreira, enfrentou o desafio constante de transformar a visão em imagem, de dominar o equipamento para fazer dele uma extensão do olhar. Já realizou trabalhos para órgãos públicos, associações e grandes empresas como a Petrobras, além de revistas e jornais locais. Foi premiado em concursos de fotografia, incluindo o Prêmio Nordeste de Fotografia e, mais recentemente, o Prêmio Sebrae de Fotografia com um projeto sobre pescadores de caranguejo.
Hoje, Joel Luiz alimenta o sonho de realizar um grande projeto nacional, registrando a cultura e a arte popular por todo o Brasil. Para ele, a fotografia é mais do que técnica: é sensibilidade, é capturar histórias que não precisam ser escritas.
Foto: Jadilson Simões/Agência de Notícias Alese