A vereadora Ireuda Silva (Republicanos), presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher e vice da Comissão de Reparação, e reconhecida por sua luta contra o racismo e a desigualdade, expressou indignação e repúdio diante do caso de injúria racial ocorrido na Maternidade Escola da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

De acordo com o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), a médica Evelise Pochmann da Silva teria proferido ofensas racistas contra uma técnica de enfermagem, incluindo a frase: “Vou te colocar no tronco”, evocando a violência e desumanidade do período escravagista no Brasil. O episódio ocorreu durante um desentendimento no ambiente de trabalho.

“Esse caso é uma demonstração gritante de como o racismo estrutural ainda se manifesta nas instituições que deveriam ser espaços de acolhimento e respeito. É ultrajante que uma referência tão cruel ao passado escravocrata seja usada para humilhar e ofender uma profissional negra em pleno exercício de sua função. Não podemos normalizar esse tipo de violência”, disse Ireuda.

A parlamentar foi enfática ao cobrar medidas rigorosas contra a médica denunciada e destacou a responsabilidade das instituições em criar ambientes que não reproduzam opressões históricas: “Fatos como este não são isolados; são sintomas de um sistema que historicamente oprime pessoas negras. É indispensável que o Estado e as instituições públicas sejam firmes no enfrentamento ao racismo, adotando punições exemplares e promovendo ações efetivas de combate à discriminação. Mais do que discursos, precisamos de mudanças estruturais e de um compromisso inegociável com a dignidade humana.”

Ireuda também direcionou sua fala à vítima, oferecendo solidariedade e apoio: “Quero expressar minha solidariedade à técnica de enfermagem que foi vítima dessa agressão repulsiva. Nenhum profissional deve ser submetido a esse tipo de humilhação, muito menos em um local que deveria ser sinônimo de cuidado e empatia. Essa luta é por ela e por todos que sofrem calados em situações semelhantes.”

Por fim, a vereadora chamou a atenção para a urgência de justiça no caso e reforçou a importância de pressionar as instituições envolvidas: “Esse episódio não pode ser tratado como mais um na lista de casos de racismo. Cada ação como essa é um golpe em nossa sociedade, e a impunidade só reforça a perpetuação do ódio. Exigimos celeridade e seriedade no julgamento deste caso para mostrar que o Brasil não compactua com práticas racistas.”

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