Filho do fundador das Casas Bahia é condenado por tráfico de pessoas e exploração sexual
O empresário Saul Klein foi condenado pela Justiça do Trabalho a pagar uma indenização de R$ 30 milhões pela acusação de aliciamento de mulheres e adolescentes com falsas promessas de trabalho, além de exploração sexual, as submetendo a condições análogas a escravidão. A decisão foi uma resposta à ação civil pública movida pelo Ministério Público do Trabalho (MPT).
Em documento, o órgão afirmou que "o desprezo do réu pela dignidade das mulheres, sua autonomia, liberdade e saúde sexual viola o pacto social e normativo de respeito à condição humana".
Conforme investigações do MPT, Saul atraía jovens entre 16 e 21 anos, que estavam em situação de vulnerabilidade social e econômica, oferecendo trabalho de modelo.
As meninas, no entanto, eram inseridas em um esquema de exploração sexual no sítio do empresário, localizado em Boituva, no interior paulista. Durante dias, elas eram obrigadas a manter relações sexuais com Saul, enquanto ficavam sob forte violência psicológica e vigilância armada.
Ainda conforme o MPT, as práticas sexuais e a privação de liberdade causaram "graves consequências psicológicas para as vítimas, [que] ainda foram contaminadas por doenças sexualmente transmissíveis".
A condenação de Saul foi a maior do país por tráfico de pessoas e a segunda maior por dano moral coletivo pela prática de trabalho escravo. A indenização a ser paga pelo empresário deverá ser revertida para três instituições sem fins lucrativos.
Saul Klein é empresário e herdeiro das Casas Bahia, já que é filho de Samuel Klein, fundador da rede de varejo.
A Via, atual proprietária da empresa, disse que Saul Klein nunca possuiu qualquer vínculo ou relacionamento com a companhia. Saul vendeu sua parte societária na rede de lojas em 2009. A Via assumiu a gestão em 2010.
Reprodução/UOL Cadastrado por Sanny Santana