O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, participou do 59º congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE), nesta quarta-feira (12), em Brasília, e foi vaiado durante o discurso. As informações são do Metrópoles, parceiro do Bahia Notícias. 

Estudantes ligados  à Juventude Faísca Revolucionária e ao Movimento Revolucionário de Trabalhadores (MRT) protestaram contra o posicionamento do ministro no julgamento do piso da enfermagem e o chamavam de “articulador do golpe” contra Dilma Rousseff (PT). 

 

Nas faixas estendidas pelos grupos, haviam frases contra Barroso e a favor do piso: “Barroso: inimigo da enfermagem e articulador do golpe de 2016. Que vergonha, direção da UNE”.

As vaias, os tambores e baterias cobriram a fala do ministro. No pouco que se pôde ouvir e entender, Barroso disse que o direito de manifestação é sagrado e que as vaias deviam ser respeitadas. No entanto, disse que aqueles que vaiavam estavam “reproduzindo o bolsonarismo”. “Aqueles que gritam, que não colocam argumentos na mesa, isso é o bolsonarismo”, afirmou o ministro.

 

Barroso comparou a “resistência” dos estudantes à censura da Ditadura Militar (1964-1985) e disse que também venceria esse desafio. “Nós derrotamos a censura, nós derrotamos a tortura, nós derrotamos o bolsonarismo para permitir a democracia e a manifestação livre de todas as pessoas”, afirmou apontando para aqueles que o vaiavam.

 

No final de sua fala, o ministro também disse que democracia se constrói com o fortalecimento das instituições e a luta contra a pobreza.

Em nota, a presidente da UNE, Bruna Brelaz, disse que repudia a “atitude antidemocrática de grupos minoritários” contra o ministro. Também afirmou que as energias deveriam ser guardadas contra o inimigo em comum. 

 

Leia a íntegra abaixo:

 

“A presidenta da União Nacional dos Estudantes (UNE) repudia a atitude antidemocrática de grupos minoritários, que na abertura do 59º Congresso da entidade desrespeitou a fala dos familiares de Honestino Guimarães e do ministro do STF Luís Roberto Barroso. Em um ato em memória aos 50 anos do desaparecimento de Honestino Guimarães e de defesa da Democracia estas atitudes são lamentáveis.

 

“A UNE é uma instituição quase centenária, que em toda sua história se propôs a reunir amplos setores sociais em defesa da democracia, da educação e do Brasil. Procuramos neste momento reafirmar esse compromisso, ao receber pela primeira vez desde a redemocratização um ministro do STF em nosso congresso, onde colocamos a nossa defesa pela prisão de todos aqueles que atentaram ao estado democrático recentemente, principalmente, o que foi o principal arquiteto deste ataque, o Bolsonaro.”

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