Hino Oficial de Sergipe: identidade e valorização cultural da nossa gente
A letra do Hino de Sergipe retoma a história da Emancipação Política do Estado, que até 1820 fazia parte do território da Bahia. A composição e a melodia celebram essa independência, convidando os sergipanos a festejarem
“Alegrai-vos, sergipanos / Ressurge a mais bela aurora / Alegrai-vos, sergipanos / Ressurge a mais bela aurora”. Essa é a primeira estrofe do Hino de Sergipe. A letra é assinada pelo poeta e professor Manoel Joaquim de Oliveira Campos e a melodia é de autoria do Frei José de Santa Cecília, ambos sergipanos.
O seu título “Alegrai-vos Sergipanos” e seus versos remetem a Emancipação Política da então Capitania de Sergipe Del-Rey da Capitania da Baía de Todos os Santos (atual Bahia), fato ocorrido em 8 de julho de 1820. A canção é apontada por historiadores como sendo o primeiro símbolo do Estado, criado no século XIX.
A composição valoriza a identidade e conta história da Emancipação Política do Estado. O hino, assim como a bandeira e o brasão, fazem parte do imaginário e são elementos de representação da autonomia, identidade e cultura sergipana. Ele é tão importante quanto a Constituição Estadual.
“O Hino faz parte do resgate da nossa história e imaginário. Ele foi composto para lembrar e enaltecer a independência de Sergipe que foi efetivada por Carta Régia 8 de julho de 1820, quando príncipe regente D. João VI efetivou a Emancipação de Sergipe e nomeou o brigadeiro Carlos Cesar Bulamarqui para o posto de Capitão-mor da nova província”, explicou a historiadora e especialista em hinos, Maria Olga de Andrade.
História da Letra
Segundo a historiadora, apenas em 1836 os sergipanos resolveram comemorar a emancipação, e decidiram, então, que o Estado deveria ter um hino. Devido à correria da organização da festividade, o frei José de Santa Cecília teve que providenciar a letra em pouco tempo, e a fez inspirado em trecho da peça L’Italiana in Algeri de Gioachino Rossin.
“Na época da elaboração do hino, Gioachino Rossin, compositor italiano, estava em evidência e muito famoso no mundo. O Frei, que conhecia o trabalho dele, teve a ideia de colocar um trecho de uma música de Rossini no hino sergipano. A partir daí existem duas considerações a fazer. Não sei se poderia considerar isso como plágio, pois para que uma música seja considerada plagiada, tem que ter na mesma linha oito compassos seguidos, no mínimo. A outra consideração é que na época de Rossini não existia lei de plágio. O que ele fez, foi prestar uma homenagem ao musicista”, explicou Olga a respeito da melodia.
Na letra, foram utilizadas o conteúdo de um poema de Manoel Joaquim, publicado naquela época no Jornal Noticiador Sergipense; os versos traduzem a insatisfação dos baianos, na Independência de Sergipe. “A finalidade do hino é conclamar os sergipanos a fortalecer a liberdade conquistada e cultivar a paz. Por isso, as escolas e os sergipanos devem fortalecer sua cultura e autonomia. É importante não só conhecer o hino, como também cantá-lo”, finalizou a historiadora.