Governo lança título Educa+ para custear faculdade
O secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, afirmou nesta terça-feira (1) que o novo título do órgão voltado aos investimentos na educação superior de brasileiros poderá revolucionar a organização financeira das famílias e o setor educacional brasileiro.
O Tesouro Renda+, lançado neste terça em evento na B3 —a operadora da Bolsa de Valores brasileira— tem o objetivo de ajudar as famílias a atingirem uma renda extra para pagar os estudos dos jovens quando eles tiverem idade para cursar o ensino superior ou alguma especialização.
Segundo Ceron, além da finalidade em si do produto, o Educa+ deve trazer para dentro das famílias o planejamento financeiro por meio da educação. “Vai ajudar na educação financeira das famílias, o título foi criado para isso”, disse Ceron durante a cerimônia de lançamento do Educa+, em São Paulo.
Segundo o secretário, o novo título mostra para as famílias a importância da poupança para atingir os seus objetivos. “É um investimento coletivo”, afirmou o secretário, acrescentando que a novidade engaja pais e avós para garantir que os jovens atinjam o ciclo educacional completo.
“Esse não é só mais um título, é o título do Tesouro Direto”, frisou Ceron.
O secretário citou um estudo segundo o qual, de dez jovens brasileiros que estão no ensino médio, sete gostariam de ingressar na universidade. Mas apenas 25% desse total conseguem cursar o ensino superior.
“Então, essa não é [uma medida de] política pública, mas pode fazer diferença de forma inovadora no setor educacional”, declarou.
“É um produto de mercado, um investimento privado como qualquer outro, mas que pode revolucionar a educação do Brasil”, completou.
Este é o segundo título do Tesouro lançado neste ano. Em janeiro, o Tesouro disponibilizou o RendA+, voltado para o investimento na aposentadoria.
COMO FUNCIONA O EDUCA+
O valor mínimo inicial de investimento é de cerca de R$ 30, e os investidores podem escolher os títulos que já estão disponíveis de acordo com o ano de vencimento. Depois da data de vencimento, o brasileiro passa a receber o valor investido, corrigido pela inflação, em 60 prestações mensais, ou seja, em cinco anos.
Inicialmente, serão disponibilizados 16 títulos, com a primeira conversão, ou seja, o início do resgate, em 2026. O restante dos títulos têm conversões a cada ano subsequente até 2041.
Além do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), o valor investido ainda é corrigido por uma taxa real.
Apesar do objetivo do produto, o dinheiro investido pode ser utilizado para qualquer finalidade. Não há necessidade de nenhuma comprovação ou documento para a realização do resgate.
NOVAS FUNCIONALIDADES
Durante o evento, o Tesouro anunciou que, em outubro, duas novas funcionalidades do Educa+ devem ser inauguradas. Elas depois podem, inclusive, ser expandidas para outros títulos.
“O Educa+ tem potencial para mexer no planejamento, por isso está vindo com uma série de novas funcionalidades”, disse Paulo Marques, coordenador do Tesouro Nacional.
Dentre as duas novas funcionalidades que serão lançadas em outubro está o Investimento Coletivo. Ainda sem muitos detalhes, Marques explicou que ele permitirá a abertura de uma única conta para toda a família, mas deve ser registrada no CPF da criança que será beneficiada depois com o valor investido para educação.
Além disso, o Tesouro também vai inaugurar o Gift Card, que permitirá que familiares deem como presente para a criança um aporte para a sua conta.
Segundo Marques, por enquanto, o Tesouro não vê demanda para o lançamento de novos títulos, apenas o aperfeiçoamento dos que já existem.
Foto: Diogo Zacarias/Ministério da Fazenda