O corpo do candidato à Presidência do Equador Fernando Villavicencio, morto a tiros na quarta-feira, foi sepultado nesta sexta-feira (11), em Quito, após uma homenagem de centenas de apoiadores, que pediram justiça.

O enterro, privado, aconteceu na presença de poucas pessoas, em um cemitério do norte da capital. Antes, o caixão com o corpo foi levado para o auditório de um centro de exposições, em meio a denúncias dos irmãos do candidato de que não foram autorizados a participar do velório íntimo devido a diferenças familiares.

No local das homenagens, apoiadores de Villavicencio agitaram pequenas bandeiras do Equador, que enfrenta uma onda de violência ligada ao narcotráfico. Grandes faixas com o rosto do político foram colocadas nas paredes. “Meu poder na Constituição”, dizia uma faixa presidencial simbólica colocada sobre o caixão, coberto com a bandeira nacional.

Um telão exibiu vídeos do candidato em sua campanha para as eleições, nas quais ele aparecia como segundo colocado nas intenções de voto. “Anteontem crivaram a democracia, mutilaram parte da luta contra a corrupção”, disse seu chefe de campanha, Antonio López.

Policiais equipados com fuzis transportaram o caixão, que avançou em meio a um forte esquema de segurança.

“Lutarei até identificar os culpados e não deixar isto impune”, prometeu o jornalista Christian Zurita, com quem Villavicencio conduziu uma investigação que levou ao banco dos réus o ex-presidente socialista Rafael Correa (2007-2017), condenado à revelia a oito anos de prisão por corrupção.

Villavicencio era ex-membro da Assembleia Nacional, dissolvida por Lasso em maio para pôr fim a uma “crise política grave”, o que deu lugar a eleições antecipadas. Tamia, 27, filha do candidato, lembrou a última conversa que teve com o pai, que a incentivou a estudar música.

“Com lágrimas nos olhos, ele nos disse: ‘Fui mais do que imaginava'”, contou Tamia. Fora do velório, ela cantou uma música em memória de seu pai. “Ele nos ensinou a viver sem medo, que isso seja a nossa maior proteção na vida”, disse.

 

 

Foto: Henry Romero/Reuters

 

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