O Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), nome oficial do Banco dos Brics, diz que uma “crise de liquidez” ocorrida nos últimos anos resultou na redução no volume de projetos que financia.

A instituição, comandada desde março deste ano pela ex-presidente Dilma Rousseff, é o órgão oficial de financiamento dos Brics, grupo que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

Seus líderes, incluindo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), participarão de reunião de cúpula na África do Sul, que se inicia nesta terça-feira (23).

“O NDB não emitiu títulos em dólar por 15 meses, de dezembro de 2021 até março de 2023. Títulos em yuan [moeda chinesa] também não foram emitidos por sete meses. O programa de “títulos panda”, em yuans, havia expirado quando, em março de 2023, a nova presidente [Dilma] assumiu”, disse o banco em nota ao Painel.

A gestão anterior à de Dilma foi comandada por Marcos Troyjo, ligado ao ex-ministro da Economia Paulo Guedes. Ele deixou o cargo no início deste ano, antes do término do seu mandato, por pressão do governo Lula. Procurado pelo Painel, não quis comentar.

O banco se dedica a financiar projetos nos países membros, em áreas como habitação, transporte urbano e saneamento.

Como mostra o site do NDB, foram apenas oito novos projetos até agora em 2023, média de pouco mais de um por mês. O banco afirma que a redução no ritmo deste ano se refere aos problemas do passado, uma vez que cada projeto tem prazo de maturação de seis a dez meses.

Em 2021, foram 18 projetos aprovados (1,5 por mês). Já em 2019 e 2021, houve 21 projetos cada (1,75 por mês).

O NDB prevê a aprovação de ao menos 12 novos projetos de financiamento até o final deste ano. O banco afirma ter “superado a restrição de liquidez” e levantado US$ 3,9 bilhões entre março e julho.

“O NDB agora é um banco bem capitalizado, com uma baixa alavancagem, que rapidamente reiniciou a seleção e aprovação de projetos. “Com cinco meses faltando para o fim de 2023, o cenário atual é positivo, o que se refletirá no número de projetos aprovados em 2024”.

Foto: Ricardo Stuckert/Divulgação/Arquivo

 

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